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Exposicions

César Malet, o irreverente fotógrafo da Gauche Divine, volta à luz no Arquivo Fotográfico de Barcelona.

Uma grande exposição retrata a modernidade, o humor e o olhar experimental de um criador que transformou a estética de Barcelona nos anos sessenta.

César Malet, o irreverente fotógrafo da Gauche Divine, volta à luz no Arquivo Fotográfico de Barcelona.
bonart barcelona - 18/11/25

O Arquivo Fotográfico de Barcelona inaugura uma nova exposição, e o faz com a ajuda de uma das figuras mais singulares do Gauche Divine — aquele movimento irrepetível que abalou Barcelona nos anos sessenta e início dos setenta, um mundo de criatividade incandescente ironicamente batizado por Joan de Sagarra.

César Malet. Autorretrato. Ironia, estética e paixão é o título da exposição que poderá ser visitada de 19 de novembro a 25 de maio de 2026. Com curadoria de Laura Terré, a mostra resgata a trajetória do fotógrafo barcelonês nascido por volta de 1940 e desaparecido em 2015, considerado uma das vozes mais marcantes da fotografia catalã do século XX. Integrante da Divina Esquerda, Malet compartilhou espaço e espírito com esse grupo de intelectuais, artistas e criadores que transformaram a vida cultural da cidade e lhe deram um novo olhar.

Sua produção é imensa. O Arquivo Fotográfico de Barcelona preserva mais de 11.000 imagens que documentam moda, publicidade, vida urbana e noturna, além de retratos de algumas das figuras mais representativas do cenário cultural. No campo da moda, Malet soube romper com os padrões e se distanciar das convenções visuais da época: seu objetivo era buscar uma modernidade inquieta e vigorosa, sempre aberta à experimentação. Em 1960, abriu um estúdio especializado em publicidade e moda que logo se tornou um pequeno laboratório de criatividade. A partir daí, colaborou com as principais casas comerciais da Catalunha, para as quais criou campanhas e imagens que contribuíram para renovar o panorama estético da época.

O que fez de Malet um criador excepcional foi sua precocidade e aquela modernidade surpreendente que estava à frente de seu tempo. Ele não estabelecia limites entre o trabalho profissional e a pesquisa artística: cada fotografia era uma afirmação de identidade, uma peça única. O escritor Juan Marsé disse dele que ele o fazia lembrar dos irmãos Marx, mas os três ao mesmo tempo — uma metáfora perfeita para descrever seu olhar triplo: irônico, sensível e apaixonado. Seu trabalho, lúcido e lúdico simultaneamente, explora a técnica e a linguagem fotográficas para além de seu significado imediato, sempre em busca daquele ponto de luz que transforma a realidade em uma cena revelada.

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