A exposição Arte e Palavra propõe uma viagem intensa e delicada pelos elos que unem o universo das artes visuais à literatura poética. Mais do que uma exposição, é um diálogo aberto — uma conversa íntima — entre duas formas de criação que compartilham a mesma alma: a capacidade de mover, questionar e transformar.
Cada artista visual que participa desta proposta percorre uma jornada entre o seu próprio olhar e a voz de um poeta. Através de suas obras, prestam homenagem àqueles que dominam a arte da palavra, estabelecendo uma profunda conexão entre a linguagem escrita e a linguagem plástica. O resultado é uma rede viva de interpretações, sensações e cumplicidade.
Os nomes que compõem este mosaico artístico vêm de diferentes gerações e sensibilidades. Amèlia Riera, Guinovart, Jordi Tolosa, Francesca Llopis, Jesus Galdón, Ester Xargay, David Ymbernon, Mar Arza, Anna Llimós, Gerard Altaió e Lluís Vilà são alguns dos criadores que dão forma visual à palavra.

Os poetas que os inspiram são igualmente diversos e essenciais: Salvador Espriu, Joan Oliver, J. V. Foix, Maria Mercè Marçal, Carles Hac Mor, Felícia Fuster, Joan Brossa, Ramon Llull, Vicent Andrés Estellés, Àngels Moreno, Ausiàs March e Jorge Luis Borges. As suas vozes —clássicas ou contemporâneas, canónicas ou radicais— ganham nova vida nestes diálogos visuais, permitindo ao público descobri-las sob uma luz diferente.
Arte e Palavra nos lembra que a arte nunca é uma linguagem isolada. Quando uma imagem encontra um verso, quando uma escultura respira poesia, nasce uma nova maneira de olhar e sentir. Nesse espaço compartilhado entre o olhar e a palavra, a arte se torna uma ponte, e a poesia, matéria.
Com curadoria de Fina Duran, Jesús Galdón e Martina Morittu, o catálogo se apresenta como uma exposição em miniatura com uma detalhada plaqueta de Arte e Palavra . É uma versão fiel da proposta expositiva, onde poema e obra visual se olham e dialogam. Não há estrutura hierárquica além do texto e da imagem, ambos bebendo da poesia.

Esta plaqueta da Art i Paraula é mais uma peça da exposição , com um caráter quase artesanal ou de colecionador, com um design artístico cuidadoso e oferecendo uma publicação singular como objeto artístico. Em suma, uma plaqueta é uma pequena joia editorial: uma publicação curta, cuidadosa e frequentemente poética, que busca beleza e expressão mais do que a comercialização em massa.
Cada poema coexiste com sua obra visual dentro de uma dobra, que se desdobra conforme a intenção: às vezes em forma de díptico, outras como tríptico ou mesmo como quadríptico. Essas dobras têm um formato pensado para serem seguradas nas mãos. São leves, íntimas, portáteis. Quando desdobradas, fazem a palavra e a imagem girarem juntas, suspensas no ar, ao ritmo do movimento do leitor-espectador.
Uma vez deixadas sobre a mesa, as dobras transformam-se em pequenas paredes efêmeras, como se fossem fragmentos de uma exposição em miniatura. Cada nova leitura e cada nova dobra acrescentada constroem uma maquete viva, um jogo visual e poético que se desenrola progressivamente diante de nós. É como se a exposição tomasse forma em escala reduzida, convertendo o gesto de ler e olhar em uma ação escultural. 13 poetas e 12 artistas compõem este livro-exposição-poema que acompanha a exposição temporária Arte e Palavra.