MM_BONART_1280x150

Notícias

Direção-Geral do Património Cultural apresenta o roteiro até 2030

Joaquim Borràs explica ao Cercle d'Economia as prioridades para atualizar a regulamentação, fortalecer as instalações e aproximar o patrimônio da sociedade catalã.

Arc de l’Anyell apocalíptic de Sant Climent de Taüll, Mestre de Taüll (c. 1123)
Direção-Geral do Património Cultural apresenta o roteiro até 2030
bonart barcelona - 22/05/25

O Círculo de Economia acolheu ontem, quarta-feira, uma conversa protagonizada por Joaquim Borràs Gómez , diretor geral do Património Cultural da Generalitat . O evento, organizado pela Associação de Profissionais de Museologia da Catalunha (AMC) e pelo Cercle de Cultura , serviu para delinear as principais linhas de ação institucional nesta área rumo ao horizonte de 2030.

Durante seu discurso inicial, Borràs destacou três grandes objetivos que norteiam sua direção: garantir direitos culturais com acesso universal e participativo, consolidar um sistema cultural forte e bem coordenado e colocar o patrimônio no centro como elemento de identificação coletiva. “O patrimônio nos desafia diretamente”, afirmou, defendendo uma cultura viva, compartilhada e integrada à sociedade.

Um novo quadro regulamentar e instituições reforçadas

Um dos pilares do roteiro é a atualização do corpus jurídico. Segundo Borràs, a legislação imobiliária atual, que data em grande parte da década de 1990, não responde mais às realidades do século XXI. “A lei do patrimônio cultural de 1993 foi exemplar, mas está desatualizada”, explicou. Nesse sentido, estão sendo trabalhados três novos textos legislativos: uma nova lei do patrimônio cultural com uma visão transversal, uma reforma da lei dos arquivos para adaptá-la ao paradigma digital e uma atualização do regulamento dos museus.

[linha2f15]

Em relação às instalações, Borràs destacou a necessidade de fortalecer os museus nacionais —como o Museu Nacional de Arte da Catalunha, com expansão prevista para 2029—, assim como o Museu de Arqueologia, o MNACTEC e o Museu de História da Catalunha. Também está prevista a conclusão das obras do Arquivo Nacional e o fortalecimento do Centro de Bens Móveis para que se torne referência em políticas de conservação. Além disso, querem fortalecer as redes de museus em todo o território, articulando políticas públicas com os conselhos provinciais de cada região.

Proteger, socializar e pesquisar

No domínio da proteção, está previsto o aumento dos subsídios para a conservação, restauro e adaptação de espaços para visitação pública, bem como a incorporação de novas tipologias no catálogo de Bens Culturais de Interesse Nacional (BCIN) . Destacam-se iniciativas como o Plano Nacional de Reservas —com nova sede prevista para 2028— e o Plano Integrado de Pesquisa 2030 , que visa posicionar os equipamentos culturais como agentes de referência no campo científico. O Acervo Nacional também é priorizado, com uma visão clara, conjunta e integradora do patrimônio do país.

[arquivo9fa3f]

A dimensão social também desempenha um papel fundamental. Projetos como The Eyes of History, que oferece uma visão imersiva do patrimônio, visam torná-lo mais próximo e atraente, especialmente para o público jovem. “Precisamos oferecer emoções e experiências de acordo com o que eles precisam”, enfatizou Borràs. Esta linha de ação também inclui a melhoria da acessibilidade universal e a promoção do diálogo social por meio da Mesa Social do Patrimônio Cultural. Neste contexto, destaca-se também a celebração do Congresso Internacional de Arquivos em 2025.

Respostas aos grandes desafios do património

Durante a sessão de perguntas e respostas, Joaquim Borràs, da Direção-Geral do Património Cultural, destacou a necessidade urgente de atualizar o quadro legal para adaptá-lo às novas realidades patrimoniais. Ele alertou sobre a fragilidade do patrimônio, especialmente em áreas com poucos recursos, e pediu financiamento adequado e envolvimento mais ativo das comunidades locais para garantir sua proteção.

[arquivado25e2]

Borràs insistiu que a aprovação de uma nova lei do patrimônio será fundamental, apesar das dificuldades legislativas, e enfatizou que, além das regulamentações, o patrimônio deve ser um bem vivo, acessível e compartilhado por todos. Sobre o Plano de Museus , ele explicou que 70% das ações planejadas desde 2018 foram concluídas, e que a segunda fase começará com a elaboração da nova lei de museus e um processo participativo planejado entre 2026 e 2028. Ele garantiu que não será aprovado durante esta legislatura, mas que o projeto estará bem encaminhado para a próxima.

Em relação aos novos patrimônios — digitais, imateriais e paisagísticos — defendeu sua plena integração às políticas públicas, com atualização dos inventários e estreita colaboração com prefeituras e comunidades para sua proteção e valorização. Diante da superlotação de turistas em Barcelona, ele propôs redistribuir os fluxos culturais para áreas menos visitadas, dando como exemplo a Rota do Românico. Além disso, ele anunciou que já está em andamento o trabalho em um Plano de Turismo e Patrimônio em conjunto com outros departamentos.

Em relação ao público jovem, ele reconheceu a dificuldade de se conectar com eles, mas aposta em projetos imersivos, educação patrimonial e maior presença no ambiente digital. Por fim, quando perguntado sobre o que ele mais gostaria de realizar, Borràs respondeu sem hesitar: “Ter um orçamento”. O objetivo é chegar a 2%, o que permitirá implantar projetos estruturantes, abrir novas linhas de subsídio e garantir a estabilidade das políticas patrimoniais.

BONART 180x180Baner_Atrium_Artis_180x180px

Podem
Interessar
...