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Exposicions

Louise Bourgeois: a alma da questão no Mosteiro dos Cartuxos

Uma instalação do artista transforma o Refeitório do CAAC em Sevilha em um espaço de diálogo entre memória e arquitetura histórica.

Cell (Arch of Hysteria) al CAAC ©Cristina Quicler. Cortesia del CAAC
Louise Bourgeois: a alma da questão no Mosteiro dos Cartuxos
bonart sevilla - 04/05/25

Louise Bourgeois (Paris, 1911- Nova York, 2010) está instalada no Refeitório do Centro Andaluz de Arte Contemporânea (CAAC) com uma de suas obras mais representativas. Neste espaço repleto de história, é apresentada Cell (Arch of Hysteria), uma instalação que se conecta diretamente com a essência do lugar, colocando a arte contemporânea em diálogo com a arquitetura antiga.

A proposta, que tem curadoria de Bosco Gallardo e pode ser visitada até 16 de novembro, é uma instalação de grande força visual e material. Foi criado entre 1992 e 1993 e faz parte da série de células que Bourgeois desenvolveu ao longo de sua carreira. A obra é construída com dez portas industriais de aço dispostas em espiral, formando um espaço fechado que abriga uma figura humana de bronze, arqueada e decapitada, sobre uma cama de metal, acompanhada de uma motosserra. Os materiais utilizados — aço, bronze, madeira e ferro fundido — contribuem para reforçar a carga simbólica da peça.

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Cell (Arch of Hysteria) investiga a relação entre espaço e emoção, transformando o ambiente fechado em um espelho do mundo interior. Como a própria artista explicou, seu trabalho é nutrido por experiências da infância, repleto de magia, mistério e drama. Esse olhar intimista transforma cada elemento da instalação em um veículo para expressar o que muitas vezes permanece oculto. Desde que ingressou na coleção em 1998, a peça viajou para instituições como o Museu Reina Sofía de Madri, a Coleção Lambert de Avignon ou o CGAC de Santiago de Compostela, consolidando-se como uma peça-chave dentro do panorama artístico internacional que se conserva em coleções públicas do Estado.

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O Refeitório do Mosteiro, construído no século XVI e coroado por um teto de artesoado de madeira de 1588, é obra de Diego Cerezo e Lucas de Cárdenas . Após sua restauração, realizada entre 1971 e 1978 por Rafael Manzano , o espaço foi adaptado para fins expositivos, reafirmando a vontade do CAAC de utilizar o patrimônio histórico para oferecer novas leituras do presente artístico. Nesse sentido, a iniciativa se insere no projeto do CAAC de estabelecer um diálogo entre seu acervo permanente e os diversos espaços do complexo monumental. Esta estratégia visa enriquecer a percepção tanto das obras como do próprio património, gerando novas formas de aproximação e compreensão entre o passado e o presente.

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