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Exposicions

A Galeria Marc Domènech abre Palencia vs Serzo, um diálogo intergeracional com o patrimônio da Escuela de Vallecas

Releituras da Escuela de Vallecas: diálogo entre passado e presente no Barcelona Gallery Weekend.

José Luis Serzo Estudio para una escenografía. Árbol herido, 2024.
A Galeria Marc Domènech abre Palencia vs Serzo, um diálogo intergeracional com o patrimônio da Escuela de Vallecas

Palencia vs Serzo: Prelúdio de uma III Escuela de Vallecas é uma proposta artística que se apresenta como uma espécie de refundação simbólica e, ao mesmo tempo, como uma ponte de diálogo intergeracional com um dos movimentos mais singulares e poéticos da arte espanhola do século XX: a mítica Escuela de Vallecas. Uma exposição temporária na Galeria Marc Domènech, em cartaz até 31 de outubro.

Esta iniciativa não se limita a uma mera revisão histórica, mas busca reativar o espírito experimental, coletivo e telúrico que caracterizou aquele grupo de artistas —entre os quais se destacam Benjamín Palencia e Alberto Sánchez—, que encontraram na paisagem castelhana um espaço de pesquisa estética e espiritual.

  • Benjamín Palencia, Carroça e mulas, 1940.

Neste "prelúdio" contemporâneo, o diálogo entre Palencia e Serzo torna-se uma exploração da validade desse espírito: a conexão entre arte e território, entre matéria e mito, entre memória e futuro. O projeto propõe, assim, uma nova leitura da Escuela de Vallecas, não como um episódio fechado na história, mas como uma fonte viva de pensamento artístico e de resistência poética à uniformidade do presente.

Esta exposição faz parte do Programa Geral do Barcelona Gallery Weekend 2025 e é complementada pela exposição Around the Escuela de Vallecas, incluída no Programa FLASH, que pode ser visitada exclusivamente de 18 a 21 de setembro. Este projeto reúne uma seleção de obras representativas de artistas como José Gutiérrez Solana, Francisco Bores, Julio González, Joaquín Torres-García e Alberto Sánchez, entre outros, e é enriquecida com uma apresentação cuidadosa de materiais de época — revistas, documentos e outras evidências visuais — que permitem uma compreensão mais profunda do ambiente cultural e artístico em que a lendária Escuela de Vallecas foi concebida e desenvolvida.

  • José Luis Serzo, Acionista da Vallecano, 2024.

A exposição, concebida como um diálogo íntimo e poético entre as obras, paisagens e inquietações de Benjamín Palencia (Barrax, Albacete, 1894 – Madri, 1980) e José Luis Serzo (Albacete, 1977), apresenta-se como um retorno meditativo à influência discreta, mas persistente, que o mestre manchego exerceu sobre Serzo ao longo de sua carreira. Nesse encontro simbólico, o atual artista evoca a presença de Palencia como sombra tutelar, voz ancestral que continua a ressoar em sua própria pesquisa criativa. Como ele mesmo aponta, “a ideia de refundar a Escuela de Vallecas me acompanha há algum tempo”, e é a partir desse fascínio que suas obras se tornam um espaço de especulação e intuição, uma espécie de palco aberto onde se desdobram ações multidisciplinares inspiradas em Palencia e no espírito aventureiro dos vallecas.

Composta por desenhos, pinturas, esculturas, algumas fotografias e uma peça audiovisual, a exposição convida o espectador a embarcar numa viagem multidisciplinar pelas conexões e fricções entre o passado e o presente. Afastando-se de qualquer traço de costumes ou nostalgia paisagística, propõe-se uma releitura poética da raiz como caminho em direção ao universal, transformando o território num espaço simbólico a partir do qual se repensa o papel da arte, da periferia e da identidade nesta era de hiperconexão e dissolução cultural.

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