O Espai Cuixart acolhe uma exposição que conecta dois caminhos criativos que se cruzaram há mais de três décadas. Maïs Jorba , escultora e artista multidisciplinar, reivindica a memória compartilhada com Modest Cuixart por meio de um conjunto de obras que se baseiam na coexistência artística, na colaboração e na amizade.
A exposição, que abre hoje, 1º de maio, propõe um encontro direto com o modo de fazer, pensar e sentir a arte que ambos compartilhavam e apresenta peças que criaram juntos, especialmente durante os anos oitenta, quando Maïs trabalhou em estreita colaboração com o pintor em seu ateliê. Cerâmicas, formas orgânicas e obras híbridas foram preservadas desse período. Também estão incluídas obras posteriores de Maïs que, apesar de independentes, mantêm viva a influência do pintor. Entre elas, destacam-se La Gàbia d'Or, concebida a partir de experiências compartilhadas, e uma instalação de grande formato sobre a violência, com manequins vermelhos, que ocupa quatro metros de altura.
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Modest Cuixart, conhecido por ser uma das figuras centrais do grupo Dau al Set, tinha uma maneira de se relacionar com a arte carregada de gestos simbólicos. Um dos momentos mais lembrados foi o de enterrar os pincéis que não conseguia mais usar, como se fosse um ritual de despedida. Maize não apenas observou essa atitude, mas também a compreendeu e a tornou sua de uma maneira diferente. Essa capacidade de absorver, reinterpretar e transformar também está presente em toda a sua obra.
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A exposição faz parte dos eventos comemorativos do centenário de Modest Cuixart. Neste contexto, a Fundação Cuixart propôs a Maïs participar ativamente da celebração, reconhecendo sua trajetória e, principalmente, sua ligação com o pintor. Não se trata apenas de uma exposição, mas também de uma forma de afirmar o papel de Maïs como um artista com voz própria dentro do panorama contemporâneo, já que sua trajetória artística não se explica apenas por meio de Cuixart. Expôs em todo o lado, colaborou com nomes como Ràfols-Casamada, Guinovart ou Claramunt e conseguiu manter uma linha própria. Esta exposição destaca essa trajetória e a maneira como ele soube construir uma linguagem própria sem perder a conexão com aqueles que foram referências.
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