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Exposicions

Helena Almeida transforma o olhar com o corpo e os gestos na Prats Nogueras Blanchard.

Entre gestos, espaço e desaparecimento, uma prática radical que redefine os limites da representação.

Helena Almeida, Eu estou aqui, 2003.
Helena Almeida transforma o olhar com o corpo e os gestos na Prats Nogueras Blanchard.
bonart barcelona - 16/12/25

Helena Almeida (Lisboa, 1934 – Sintra, 2018) ocupa um lugar fundamental na história da arte contemporânea portuguesa e internacional. Ao longo de mais de cinco décadas, a sua prática tem deliberadamente erodido as fronteiras entre as disciplinas para moldar a sua própria linguagem, rigorosa e essencial, na qual o corpo, o espaço e o gesto se tornam matéria de pensamento e ação.

A Prats Nogueras Blanchard apresenta Holding the Line with My Fingers , a exposição inaugural dedicada à obra de Helena Almeida na galeria de Barcelona. Esta primeira apresentação do seu trabalho neste espaço propõe uma leitura precisa de uma artista fundamental, cuja prática articula fotografia, corpo e gesto como eixos estruturais de uma investigação contínua sobre os limites da representação.

  • Helena Almeida, S/Título, 1975.

A partir do final da década de 1960, Almeida iniciou uma exploração radical da própria natureza da obra de arte, integrando fotografia, desenho, pintura e performance em uma prática inseparável. Nesse processo, seu próprio corpo torna-se um elemento central, não como um sujeito autobiográfico ou como um autorretrato, mas como um instrumento de medição, ação e resistência. Suas imagens — em sua maioria em preto e branco e sutilmente intervencionadas com tinta ou gestos mínimos — funcionam como espaços de tensão onde o corpo opera de forma quase abstrata, ativando o limite da imagem e do suporte.

A conhecida afirmação "meu trabalho é meu corpo, meu corpo é meu trabalho" sintetiza uma concepção de arte entendida como uma experiência tanto física quanto intelectual. É no diálogo constante entre corpo e espaço — sempre o de seu próprio ateliê —, entre gesto e limite — captado com uma precisão quase ritualística por seu marido, Artur Rosa — que Almeida constrói uma poética de afirmação e desaparecimento. Suas obras traçam um movimento incessante de entrada e saída da tela, de ocupação e libertação do espaço, redefinindo assim a posição do espectador e o próprio ato de olhar.

  • Helena Almeida , Sem título, 2004.

Helena Almeida não é pintora, nem bailarina, nem fotógrafa, mas dialoga com todas essas linguagens para deslocá-las. Há mais de quarenta anos, desenvolve uma narrativa obstinada e meticulosa, sempre no mesmo ateliê, tendo a si mesma como sujeito e uma única cúmplice. Extrema meticulosidade, atenção radical ao momento capturado, movimento contido, montagem rigorosa e uma radicalidade silenciosa definem uma obra inscrita no tempo e no gesto, que continua a desafiar o olhar contemporâneo com intacta intensidade.

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