Exposicions
O poder do Display: Nora Ancarola revela os segredos do MNAC
O porão como arquivo e o arquivo como exposição.
Nesta terça-feira, 28 de outubro, o Espai educArt sediará a apresentação do projeto "La força del Display. Arxiu Gae", de Nora Ancarola. Trata-se de uma instalação multimídia exibida em duas áreas do Museu Nacional de Arte da Catalunha: o Espai educArt e a Sala 14, dedicada à coleção de arte românica.
Por meio de uma instalação audiovisual implantada em diversos espaços do Museu, a artista Nora Ancarola propõe uma experiência que torna visível o que normalmente permanece oculto: o mecanismo interno que permite ao Museu continuar vibrante e ativo. Por meio de sua obra, os visitantes poderão imaginar que as galerias subterrâneas do edifício não são apenas um espaço físico, mas também um território secreto habitado por agentes que mantêm o equilíbrio e a contenção, e que promovem o jogo, o mistério e o enigma. É como se, dentro desse universo oculto, se revelasse uma coreografia silenciosa que sustenta a vida do Museu e acentua sua dimensão poética e misteriosa.
A artista percorre o edifício sem as limitações habituais de estar "aberto ao público" e percebe todo o Museu como um imenso arquivo. "Quando descemos ao subsolo, um dispositivo de segurança e a escuridão intensa nos fazem pensar que entramos pela porta errada. No entanto, continuamos o passeio e descobrimos que as coleções do MNAC têm uma história tão longa e complexa quanto a evolução do próprio edifício, que foi remodelado e consolidado em diversas ocasiões", explica Nora Ancarola.
Por meio desta instalação, a artista retoma a concepção de arquitetura defendida por Gae Aulenti: a ideia do edifício como fundamento de um lugar. Assim, o Museu e seus arquivos adquirem um papel ativo, dando forma e significado àquilo que perdeu sua localização e sua memória.
Imaginemos que pegamos a escada errada e entramos no MNAC pelo subsolo. Um dispositivo de segurança e a escuridão extrema indicam que pegamos a porta errada. Apesar disso, continuamos nosso caminho e descobrimos que os lugares visíveis do MNAC têm um espaço quase simétrico abaixo, atravessado por corredores intermináveis que contêm o coração e os pulmões que permitem que cada uma das obras da coleção respire. Órgãos vitais que batem 24 horas por dia e 365 dias por ano.
