Exposicions
O cartunista que lutou com tinta
Tinta Catalã Contra Hitler , com obras de Mario Armengol, é uma das exposições que encerram o ano no Museu Nacional de Arte da Catalunha. Poderemos, assim, descobrir uma obra até então esquecida. Armengol foi um artista catalão conhecido por seu trabalho como caricaturista antifascista durante a Segunda Guerra Mundial, e agora ele ganhará destaque com uma exposição detalhada que explica o grande conflito mundial por meio de suas criações.
Mariano Armengol Torrella nasceu em 1909 em Sant Joan de les Abadesses, assinando posteriormente como Mario Armengol ou Mario Hubert Armengol. Inicialmente, o artista apoiou a causa republicana durante a Guerra Civil Espanhola. Em 1938, teve que emigrar para a França e, em 1940, chegou ao Reino Unido. Faleceu em Nottingham em 1995.
Lutou nesses conflitos com tinta e, a partir de 1941, trabalhou para o Ministério da Informação britânico, o que o tornou o único espanhol a colaborar maciçamente na propaganda aliada durante a Segunda Guerra Mundial. Armengol produziu entre 1.900 e 2.000 caricaturas dirigidas a Hitler, Benito Mussolini, Hideki Tojo e outras figuras do Eixo, que acabaram sendo distribuídas por grandes veículos de comunicação, como o Boston Globe , o Chicago Sun ou o Daily Mail .
A exposição no MNAC reúne uma seleção dos originais preservados pelo autor e sua família que, juntamente com as publicações, formam uma das maiores coleções do mundo de ilustrações satíricas políticas do conflito mais terrível da história. Armengol criou um estilo moderno, incisivo e provocativo, com muitas influências dos quadrinhos contemporâneos.
A primeira parada da exposição foi no MuVIM de Valência e, de 7 de outubro a 11 de janeiro de 2026, poderá ser visitada no MNAC, sob a curadoria de Plàcid Garcia Planas e Arnau González. Um tour com mais de 150 desenhos originais inéditos, em paralelo com as criações de cartunistas do Reino Unido, como David Low. Giles ou Illingworth.
Tinta catalana contra Hitler explica de forma caricata todas as frentes de guerra e as figuras mais proeminentes desse combate brutal em todas as áreas. A exposição é de enorme qualidade artística, além de versátil e moderna, apontando para os quadrinhos atuais, e continua a questionar os limites do humor em contextos dramáticos e brutais, ferozes e atrozes.
