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Técnicos de Aragão entram no MNAC para as obras de Sixena e sua transferência

Nova fase no litígio do caso das pinturas de Sixena.

Pintures de la sala capitular de Sixena al MNAC.
Técnicos de Aragão entram no MNAC para as obras de Sixena e sua transferência
bonart barcelona - 29/07/25

As salas 16 e 17 do Museu Nacional de Arte da Catalunha são os espaços onde os quatro técnicos de Aragão trabalham a portas fechadas para verificar o estado das pinturas de Sixena. Realizaram escaneamento, fotogrametria e inspeção das famosas pinturas murais, em uma nova fase de todo esse litígio.

Os técnicos da comunidade autônoma devem avaliar como trasladar este conjunto datado dos séculos XII e XIII que decorava o real Mosteiro de Santa Maria de Sixena, fundado pela rainha Sança de Castela, esposa de Afonso o Casto, rei de Aragão.

Nesta nova fase, resta a questão: o que os técnicos farão? Uma equipe que iniciou o trabalho de levantamento fotogramétrico, técnica que permite uma comparação precisa entre as pinturas murais preservadas e as da Sala Capitular do Mosteiro de Sixena, em Huesca, o espaço que as abrigará novamente. Essa estratégia é um passo fundamental para garantir a correta transferência e a futura conservação das obras em seu local original.

Ao mesmo tempo, está previsto solicitar acesso a toda a documentação relacionada ao tratamento e conservação das pinturas murais, bem como compilar informações detalhadas sobre as condições ambientais das salas 16 e 17, onde as obras estão atualmente conservadas. Apesar desses avanços, fontes aragonesas indicam que, até o momento, a equipe técnica não recebeu a documentação necessária, essencial para uma intervenção adequada que respeite o valor patrimonial das pinturas.

Após a devolução dos murais à Sala Capitular, o Governo de Aragão indicou que serão aplicadas as medidas de preservação correspondentes, em conformidade com o disposto no decreto de medidas emitido pela autoridade judicial. Em outras palavras, será garantido que as condições de conservação sejam ótimas e atendam aos padrões exigidos em matéria de patrimônio histórico.

O retorno das pinturas: qual o enquadramento cronológico?

O MNAC terá que devolver as pinturas de Sixena a Aragão por decisão judicial. Um litígio que corre paralelo a outros casos em aberto de patrimônio espanhol, mas neste caso o prazo é de sete meses para a devolução das obras. Vale lembrar que Rocío Pilar Vargas, juíza do caso, deu ao Museu Catalão a opção de criar um prazo alternativo.

Declarações de Salvador Illa e Jorge Azcón sobre o caso

O presidente da Generalitat, Salvador Illa, respondeu às acusações do presidente de Aragão, Jorge Azcón, que o acusou de "mentir" e de não ter demonstrado uma atitude colaborativa no processo de devolução dos murais de Sixena. Illa defendeu o trabalho das instituições catalãs na preservação do patrimônio artístico, destacando a contribuição do Museu Nacional de Arte da Catalunha (MNAC) na conservação de obras que, em suas palavras, "não existiriam se não fosse pelo trabalho do MNAC". Ele também observou que o reconhecimento desse trabalho deveria ser o primeiro gesto do governo aragonês.

Em contrapartida, Azcón afirmou que Illa lhe havia garantido colaboração na transferência das obras, mas sustenta que a atitude demonstrada tanto pela Generalitat quanto pela Prefeitura de Barcelona e pelo Ministério da Cultura foi "radicalmente contrária" ao compromisso assumido. Nesse contexto, o presidente aragonês insinuou dúvidas sobre a palavra de Illa: "Ou ele me mentiu, ou não tem capacidade para controlar os órgãos da Catalunha", afirmou.

Essa troca de críticas demonstra a tensão política em torno do complexo processo de restituição das pinturas murais de Sixena, uma questão que transcende a esfera jurídica e entra plenamente na disputa institucional e territorial.

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