Emili Biarnés e Benedetta Tagliabue são os dois nomes do Museu del Càntir d'Argentona neste verão. No museu espião do município de Maresme, Emili Biarnés expõe "Threshold" até 14 de setembro, com Tagliabue criando a jarra da autora deste 2025 como uma ode à feminilidade, fundindo arte, memória e simbolismo.
Biarnés é um criador de objetos, um escultor do início ao fim, em letras maiúsculas, combinando uma base geométrica harmoniosa com elementos de arqueologia e alquimia. No campo artístico, não há nada mais precioso do que um criador sincero, capaz de transmitir com materiais suas ideias sobre a existência humana, a passagem do tempo e sua natureza limitada. Ele é um artista que explora as fronteiras temporais, o deslocamento entre o que já foi e o que está por vir; em suma, ele nos convida constantemente a refletir sobre o limiar, conceito que dá nome a esta exposição.

Sua obra se destaca pelo uso de grés vermelho intenso e esmalte metálico, sempre com o uso de reflexos brilhantes e texturas densamente trabalhadas. Na exposição Llindar, no Museu del Càntir d'Argentona, cria-se uma imersão na linguagem da terra e do fogo. "Emili gera objetos de uma civilização ainda a ser descoberta, o que estimula nossa imaginação, nos faz pensar. Portanto, cabe a cada espectador interpretar, deixar que a obra nos fale sobre a possível memória dos objetos", explica Maguí Noguer Torres, diretora da Fundação Valvi.
Benedetta Tagliabue e o arremessador do autor de 2025
"Este jarro é uma homenagem às mulheres que, durante milênios, transportaram água para suas famílias, de nascentes, rios ou poços, em um gesto cotidiano e coletivo. Na lateral do jarro, esse fato é lembrado pela silhueta de uma mulher com um jarro na cabeça. Esta peça é uma memória viva e uma homenagem à força feminina. Mas também é uma homenagem a São Domingos, padroeiro de Argentona, que milagrosamente preservou a água pura e cristalina para a vida de todos os moradores da cidade", detalha a arquiteta.

Inclui inscrições evocativas como "Com anis a água se enriquece", um reconhecimento a Enric Miralles, e uma menção a São Domingos, padroeiro de Argentona e nome do filho de Tagliabue. A escolha do rosa visa destacar o caráter feminino e emocional da peça, evocando sua força e sensibilidade. Trata-se de uma edição limitada de 5.000 exemplares numerados, medindo 28 × 18 cm.