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A Casa Batlló recupera o aspecto original da fachada posterior

A restauração revela a cor preta idealizada por Gaudí e restaura elementos perdidos do pátio e das varandas.

La façana posterior de la Casa Batlló. © Gianluca Battista
A Casa Batlló recupera o aspecto original da fachada posterior
bonart barcelona - 26/06/25

Durante muitos anos, a fachada posterior da Casa Batlló foi ofuscada por sua imponente fachada principal, voltada para o Passeig de Gràcia. Mas agora, esse lado mais discreto do edifício voltou a brilhar graças a um processo de restauração que permitiu recuperar a cor preta original que Gaudí lhe conferiu. Esse tom escuro, que havia permanecido oculto por décadas sob uma camada de tinta creme, volta a se manifestar após uma intervenção que destacou não apenas a estética, mas também o rigor documental.

O projeto, liderado pelo arquiteto Xavier Villanueva — ligado à Casa Batlló há mais de vinte anos — foi o primeiro a abordar essa parte do edifício de forma global. Segundo Villanueva, "recuperamos uma imagem da fachada que, se não a de 1906, é a mais próxima", acrescentando que foi realizado "com critérios científicos e graças a uma extensa base documental". Outros elementos originais também foram restaurados, como as arabescos de ferro e as grades da varanda, que voltam a brilhar em branco chumbo, a cor original.

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A obra, que envolveu a participação de cerca de quarenta técnicos e especialistas, teve um orçamento de 3,5 milhões de euros e durou vários meses. Durante esse período, foram eliminadas as intervenções realizadas nas décadas de 1950 e 1990, mais voltadas para reparos do que para uma recuperação fiel. Também foram realizadas obras no pátio da Planta Noble, um espaço localizado ao lado da sala de jantar, originalmente concebido como um refúgio tranquilo para a família Batlló. Floreiras e uma pérgola de urze em forma de parábola foram recolocadas aqui, elementos que haviam se perdido ao longo do tempo.

Um dos detalhes mais trabalhosos foi a restauração do pavimento do pátio, composto por 85.000 peças de mosaico Nolla, refeito seguindo as técnicas artesanais do início do século XX. Ao mesmo tempo, foram restauradas as grades, portas, paredes e decorações em trencadís e estuque. Esta é uma ação que culmina na restauração mais extensa já realizada na Casa Batlló. Segundo Villanueva, há uma conexão sutil entre esta fachada posterior e a principal, além das diferenças aparentes. "As cores e a reinterpretação ou incorporação da natureza na arquitetura" são pontos de contato entre ambas as faces do edifício. Na principal, predominam a água e o movimento; por outro lado, na posterior, a ligação com o mundo vegetal é mais visível.

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Este projeto coincide com o 20º aniversário da declaração da Casa Batlló como Patrimônio Mundial pela UNESCO. A restauração foi realizada tanto no edifício quanto em diversas oficinas de artesãos, mantendo vivo o espírito original da obra, mas utilizando ferramentas atuais, como fotogrametria ou digitalização 3D, para garantir sua precisão. Em suma, trata-se de uma descoberta que, após mais de um século, confere uma nova leitura a uma das obras mais emblemáticas de Gaudí.

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