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Exposicions

Esther Ferrando e os labirintos da memória

Uma exploração, com poesia e crítica, das histórias esquecidas em Les Golfes de Casa Canals.

'Inventar_iar. La vida que no passa', Esther Ferrando. © Vilaniu Comunicació
Esther Ferrando e os labirintos da memória

Ester Ferrando apresenta Inventar_iar. La vida que ne pase a Les Golfes de Casa Canals del Mèdol, uma proposta que nos convida a redescobrir —e questionar— as histórias do passado que acreditamos serem nossas. A artista abre o galpão da Casa Canals e nos guia por seus corredores para habitar os labirintos da memória, nossa ou alheia, pessoal ou coletiva, apropriando-se do lixo alheio, de histórias de segunda mão que se misturam com as deles, com as nossas. Com um olhar poético e crítico, Ferrando resgata vidas materiais abandonadas, objetos condenados à escuridão que ressurgem carregados de significado —ou ambiguidade—, lembrando-nos que lembrar nem sempre é revelador, mas também ilumina e obscurece ao mesmo tempo. A exposição, com curadoria de Joana Hurtado Matheu, pode ser visitada até 24 de agosto.

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Formada em artes plásticas, Ferrando possui uma vasta trajetória, com uma obra consolidada e de cunho muito pessoal. A maioria de suas obras são instalações, nas quais utiliza os mais diversos materiais: vidro, ferro, aço inoxidável, resinas, alabastro etc., que costuma combinar com projeções de imagens e elementos sonoros. Desde o início, dois elementos marcaram presença constante em sua trajetória: a água e a luz. O primeiro, em parte ligado à sua memória, às suas lembranças, ao seu cotidiano, aos banhos diários ou aos livros de latão de sua infância. Por outro lado, a água, em sua produção, está ligada a um certo caráter ritual, que comunica ao espectador uma sensação de silêncio, de purificação. A luz também assume um papel de protagonista, magistralmente combinada, inicialmente com as esferas de vidro transparentes dos livros de latão, posteriormente transmutadas em grandes cubas de poliéster que a deixam transparecer. Assim, o jogo que se estabelece com a combinação desses elementos —água, vidro, luz, reflexos, transparências— consegue criar um magnífico efeito plástico, pleno de poesia. Essa combinação de elementos frequentemente confere aos espaços em que é exibida um caráter especial, às vezes quase sagrado. Como o artista destaca, suas propostas foram pensadas para um espaço específico, característica das instalações, que por sua singularidade acabam moldando a obra. Sua última exposição no Centro de Leitura de Reus, Segueix el camí de les rajoles daurades, representou uma mudança significativa em seu processo criativo. O artista nos apresentou no centro da sala uma escada de oito metros de comprimento feita de fibra de vidro que deixava passar a luz dourada, uma escada que não levava a lugar nenhum, com a qual ele alcançou um efeito muito rico, tanto visual quanto em leituras associadas ao simbolismo da luz dourada e da escada que encontramos em muitas culturas da Terra.

Esther Ferrando e os labirintos da memória Segueix el camí de les rajoles daurades, Esther Ferrando. Centre de Lectura de Reus

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