A Galeria Miguel Marcos apresenta Xavier Grau, Pinturas 1983–1994, exposição que reúne uma seleção criteriosa de obras criadas durante um dos períodos mais significativos do artista. Esta exposição representa não apenas uma viagem por uma década chave na carreira de Xavier Grau (Barcelona 1951 – 2020), mas também uma celebração da longa e frutífera relação entre o artista e a Galeria Miguel Marcos.
Desde 1983, a galeria acompanha constantemente a evolução artística de Grau, apoiando-o por meio de inúmeras exposições em suas unidades em Zaragoza, Madri e Barcelona, bem como por meio da participação em importantes exposições institucionais, como Xavier Grau, Pinturas 1981–1996, no Centro de Artes Santa Mônica de Barcelona (1997), com curadoria de Enrique Juncosa, e Celebração da Pintura, no Mosteiro de Veruela em Zaragoza (2008), com curadoria de Juan Manuel Bonet.
Sense títol, Xavier Grau (1993)
A pintura de Grau está intimamente ligada às manifestações da Escola de Nova York, e em particular a Willem de Kooning ou Philip Guston, oferecendo uma linguagem pictórica que à primeira vista nos aproxima de uma obra direta e espontânea, sem obstáculos, articulando todos os espaços e volumes por meio de gestos e de um cromatismo livre e descomplicado. Idealizador do Grup Trama —formado por ele mesmo, José Manuel Broto, Javier Rubio, Gonzalo Tena e o escritor Federico Jiménez Losantos—, Xavier Grau é considerado um dos principais representantes espanhóis do expressionismo abstrato. Tecnicamente, percebe-se nesta exposição o desejo de aprofundar a sucessão e o amálgama de camadas que caracterizam a obra de Grau, por meio de sobreposições construídas sobre transparências, nuances e velaturas esbatidas. Esse processo gera o mistério singular do caos aparente e do excesso, que acaba dando origem a tensões pictóricas de grande intensidade.
Sua obra faz parte de importantes coleções e instituições públicas como a Coleção de Arte Contemporânea “la Caixa” (Barcelona), o MACBA —Museu de Arte Contemporânea de Barcelona—, o MNCARS —Museu Nacional Centro d'Art Reina Sofia (Madri)—, ou a Coleção de Arte do Banc Sabadell, entre muitas outras. No contexto atual, revisitar essas pinturas significa reconectar-se com uma linguagem pictórica vibrante, cheia de tensão, cor e liberdade expressiva. A exposição destaca a validade de uma obra que desafia a passagem do tempo e preserva seu poder formal e emocional intacto.
Terminal, Xavier Grau (1983)