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Exposicions

Viagem: natureza, memória e fronteira com Malagrida e Pernot

Entre pigmentos, vegetação e barreiras: como Malagrida e Pernot revelam a memória, a história e a fragilidade ecológica da paisagem na Galeria Senda.

Mathieu Pernot, Melilla, 2022.
Viagem: natureza, memória e fronteira com Malagrida e Pernot
bonart barcelona - 28/11/25

O olhar é a principal ferramenta do artista e do público. Através dos olhos, cores, formas e texturas adquirem significado, e cada obra se torna um diálogo silencioso entre o criador e o espectador. Observar não é apenas ver: é interpretar, se emocionar e descobrir histórias escondidas em detalhes que, à primeira vista, passam despercebidos. No mundo da arte, o olhar desperta a imaginação e transforma a experiência visual em uma jornada pessoal e única. A Galeria Senda apresenta Desplazamientos, de Anna Malagrida e Mathieu Pernot, a nova exposição temporária da galeria de arte na Rua Trafalgar, em Barcelona.

Na Galeria Senda, a exposição Desplazamientos , em cartaz até 18 de janeiro, de Anna Malagrida e Mathieu Pernot, propõe justamente isso: explorar como história, natureza e memória convergem na paisagem. Suas obras mostram a fragilidade dos ecossistemas e os vestígios históricos daqueles que os atravessaram, revelando como os movimentos de plantas, animais e pessoas moldaram territórios marcados por dinâmicas políticas, econômicas e afetivas.

  • Anna Malagrida, Paisagem #4, 2025.

Malagrida explora a figueira-da-índia e a cochonilha vermelha através de um jogo de sobreposições cromáticas em superfícies transparentes. As variações de vermelho — pigmento carmim, introduzido no Mediterrâneo no século XVI — são sobrepostas à paisagem do Cabo de Creus, criando uma dupla temporalidade e introduzindo uma dimensão ecológica contemporânea.

Pernot, por sua vez, direciona sua câmera para a floresta fronteiriça de Melilla, onde o eucalipto — importado da Austrália no século XIX — torna-se testemunha silenciosa das restrições à circulação humana. A partir dessa vegetação, o fundo revela as grades de metal e o arame farpado que dividem o território e traçam a fronteira entre os estados. Os polípticos fragmentam o espaço, evocando a lógica da fronteira e a memória do território.

Juntos, Malagrida e Pernot transformam a paisagem num fluxo vivo de memória, história e ecologia, convidando o espectador a perceber a complexidade dos territórios e a persistência das suas marcas.

  • Mathieu Pernot, Melilha, 2022.

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