O Museu de Arte Proibida está fechando suas portas. O espaço, localizado na Casa Garriga Nogués, em Barcelona, está encerrando suas atividades por tempo indeterminado, após meses marcados por um protesto trabalhista que teve forte impacto na frequência e na viabilidade econômica do projeto. Segundo fontes do museu, as mobilizações e ações visíveis em frente ao edifício causaram uma queda acentuada nas visitas e, com elas, na renda, gerando uma situação insustentável para o funcionamento do centro.
A greve começou após o museu rescindir, em janeiro, o contrato com uma de suas subcontratadas, a Magmacultura, que gerenciava parte de sua equipe de atendimento ao cliente. A medida afetou sete trabalhadores, que foram temporariamente realocados para outros espaços culturais. No entanto, o protesto continuou, liderado pelo sindicato SUT e apoiado por trabalhadores de outras duas subcontratadas que também trabalhavam no museu. As reclamações dos trabalhadores se concentraram nas condições de trabalho que consideravam precárias, como longas jornadas de trabalho em pé, dificuldades em aproveitar os períodos de descanso estabelecidos, falta de ar-condicionado adequado e o desejo de serem incorporados à equipe do museu.
Segundo a organização do museu, a presença constante de protestos em frente às portas acabou afetando seriamente o número de visitantes. O balanço econômico fala por si: uma queda de 75% na receita em relação ao ano anterior e uma queda de 95% nas previsões de crescimento. O sindicato, por sua vez, criticou o que considera uma atitude contraditória do museu, que se apresenta como um espaço de defesa da liberdade de expressão, ao mesmo tempo em que rejeita frontalmente as reivindicações trabalhistas, e afirmou que muitos visitantes decidiram não acessar o local ao saberem do conflito aberto.
O Museu de Arte Proibida, promovido pelo jornalista e empreendedor Tatxo Benet, está deixando sua sede física por enquanto, mas não desiste do projeto. A intenção é se tornar um acervo itinerante, com exposições temporárias e colaborações internacionais, para continuar ativo e se tornar um espaço de reflexão sobre a censura.