Exposicions
Sergi Aguilar: contraponto
La Virreina acolhe a primeira exposição monográfica do seu lado fotográfico.
Sergi Aguilar (Barcelona, 1946) é conhecido principalmente por seu trabalho como escultor e gestor cultural, mas pouco se sabe sobre seu lado fotógrafo, embora seja uma disciplina que ele cultiva desde seus primórdios artísticos. Pois bem, agora temos a oportunidade de conhecer uma seleção de imagens que ele vem realizando simultaneamente à sua produção escultórica, no Centro de Imagem Virreina, com o título Contrapunt.
Foi justamente o diretor do centro e curador da exposição, Valentí Roma, quem lhe propôs realizá-la, pois já conhecia há muito tempo seu arquivo fotográfico reunido em suas viagens pelo mundo e, ao vê-lo, achou-o suficientemente interessante para que o público o contemplasse. Recentemente, ele lhe propôs novamente o projeto e agora temos o resultado: uma excelente exposição através de uma centena de fotografias de vários formatos relacionadas com viagens e natureza, principalmente, além de um conjunto de peças audiovisuais que servem para nos fazer perceber a sensibilidade e o fascínio que a contemplação "do vazio na paisagem, dos edifícios entendidos a partir dos seus volumes mais despojados" desperta nele. A maioria das fotografias é em preto e branco e não sofreu nenhum tipo de manipulação.
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O título da exposição vem do ensaio homônimo do escritor norte-americano Don de Lillo, considerado uma referência do pós-modernismo literário norte-americano. Seu trabalho se baseia na essência do fenômeno criativo e no custo de assumi-lo para buscar o ideal estético. As imagens mais antigas correspondem a 1972, de suas estadias em Menorca e Grã-Bretanha, de preferência na Escócia, capturadas com uma câmera Contarex de segunda mão que seu pai lhe havia presenteado. Foi uma época em que ele capturou paisagens e arquiteturas que, apesar de diferentes, tinham certas semelhanças; como o próprio artista aponta, "as fotos começaram a ser uma espécie de roteiro... os negativos foram gradualmente arquivados". Algumas dessas fotografias foram exibidas em 1979 em uma exposição coletiva na galeria !3 em Barcelona.
Cambodia, 2005.
Durante uma estadia em Nova York em 1981, ele visitou um cemitério urbano em New Hampton, onde fotografou um conjunto de lápides dispostas linearmente em terreno irregular. Há várias imagens de 2005, inclusive algumas vindas do deserto da Líbia, especificamente de Idehan, na região de Fezzah, que refletem perfeitamente o conceito de horizonte, ou o que é o mesmo, de extensão, onde a presença do silêncio é muito evidente. Os montes que aparecem em primeiro plano são testemunhas silenciosas da passagem do tempo.
East Hampton, 1981.
