XXXIX edição do Festival Peralada

Na última quarta-feira, 7 de maio, foi apresentada nos Jardins do Castelo de Peralada a XXXIX edição do Festival de Peralada, que será realizado de 3 a 18 de julho em diferentes espaços do recinto do Castelo, como a Igreja do Carme, o Mirador del Castell e a Adega de Peralada. O diretor artístico do Festival, Oriol Aguilà, esteve presente no evento, acompanhado pela cantora e compositora Elena Tarrats, pela dramaturga Helena Tornero e pelos músicos Miquel Vich, Pau Codina e Marc Heredia, que compartilharam os detalhes de uma edição que se mantém fiel à essência do Festival.

Para este ano, estão programados doze espetáculos, compondo uma proposta que reafirma o caráter inovador, transversal e comprometido do evento. Da ópera e Lied ao flamenco, dança contemporânea ou à criação mais indisciplinada, o Festival é mais uma vez uma plataforma única para experiências culturais em ambientes únicos.

Representando a família Suqué-Mateu, Matthew Reger Suqué destacou que “Peralada é um ponto de encontro único, onde a música e a arte se fundem com a beleza do nosso entorno. Por isso, convidamos você a vivenciar uma verdadeira viagem sensorial neste verão em nosso cativante paraíso e jardim. Mais uma vez, o Festival ganha vida”. Por sua vez, a presidente do Festival Peralada, Isabel Suqué Mateu, afirmou que "este Festival é o sonho comum da nossa família e um compromisso determinado com a cultura como espaço de liberdade e inspiração. Estamos entusiasmados por ver como, ano após ano, o Peralada se transforma num refúgio para criadores e num ponto de encontro para o nosso público. É um orgulho manter este legado vivo e apresentar uma nova edição".

Oriol Aguilà quis enfatizar que "este Festival é uma proposta cultural rica e diversa, com espetáculos que envolvem a lírica, a dança, a música antiga e contemporânea, o pensamento cênico e as formas híbridas. Uma edição que combina grandes nomes internacionais com a força da criação emergente, que faz de Peralada um espaço de encontro, emoção e transformação através da arte." E acrescentou: "Nesta nova edição, o festival se insere no fascinante universo da arte dos jardins, explorando os significados diversos e multifacetados do paraíso. Uma jornada que percorremos através de novas criações, com as estreias absolutas de Hort/Garden, que aborda a utopia e a memória de uma família no cultivo do jardim como um cosmos comum, e de Genius Loci, no diálogo entre jardineiro e jardim."

Três espaços para concertos e performances

O templo gótico de El Carme sediará algumas das noites vocais mais memoráveis desta edição. Por exemplo, a grande mezzo-soprano Joyce DiDonato, que abrirá o Festival, será acompanhada por Craig Terry ao piano. Christoph e Julian Prégardien (pai e filho) também se apresentarão, acompanhados pela pianista Saskia Giorgini e pela narradora Alba Pujol. Este recital contará com a participação de Miquel Genescà, membro da Escolania de Montserrat, como parte da celebração do Milênio da Abadia. Outras apresentações notáveis serão as de Katia e Marielle Labèque, William Christie com seu emblemático conjunto Les Arts Florissants e a soprano americana Angel Blue. Em comemoração ao centenário de Conxita Badia, a igreja de El Carme também sediará a estreia de Melodias Compartilhadas. Pau Codina, Marc Heredia e Montserrat Seró darão música e voz ao vínculo histórico entre Pau Casals e Conxita Badia. Uma apresentação da soprano Sonya Yoncheva também está planejada.

Já na Celler Perelada, um palco contemporâneo e imersivo, predominará a dança e a criação sonora mais inovadora. Apresentam-se a coreógrafa e bailarina Lorena Nogal e o coletivo referência na nova criação sonora do país, Frames Percussion. O palco do Mirador del Castell receberá três propostas que se conectam com a natureza, a memória e a passagem do tempo, como: Genius Loci, estrelado por Xavier Sabata sob a direção de Rafael R. Villalobos, com a cumplicidade do teorbista Jonas Nordberg e da viola de Liam Byrne. O espetáculo conta com uma encenação poética com a participação do artista visual Cachito Vallés.

O Ballet Flamenco de Andalucía e a Accademia del Piacere, com direção musical de Fahmi Alqhai e coreografia de Patricia Guerrero, também fazem parte desta edição. Vale destacar Hort/Garden, ópera-monólogo híbrida nascida da mente criativa de Elena Tarrats, com texto de Helena Tornero e cenografia de Silvia Costa, que estreia no Festival. A música, escrita a seis mãos por Damien Bazin, Mario G. Cortizo e a própria Tarrats, é o seu coração. Hort/Garden é uma coprodução do Festival Peralada e Òpera de Butxaca i Nova Creació.

Celler Peralada. © Toti Ferrer

O Festival viaja para a Finlândia

No final de julho, após o término da programação em Peralada, o Festival viajará para a Finlândia para participar, pela primeira vez, do prestigiado Festival de Ópera de Savonlinna. Serão apresentadas três apresentações da produção operística The Fairy Queen, de Purcell, dirigida por Joan Anton Rechi (nos dias 29 e 31 de julho e 2 de agosto).

A programação do Festival Peralada também inclui uma série de atividades paralelas que ampliam a experiência cultural do Festival. Essas atividades serão realizadas em diversos espaços e instituições, e oferecerão ao público a oportunidade de mergulhar nos contextos históricos e criativos que dão vida à música apresentada no festival. Por outro lado, em colaboração com o Festival de Cinema, os Cinémes Verdi sediarão duas exibições especiais: A Bela e a Fera, de Jean Cocteau, e o documentário Pintando o Jardim Moderno: de Monet a Matisse, dirigido por David Bickerstaff. Mais uma vez, o Summer Campus do Peralada Campus abre as portas do festival para estudantes locais do mundo das artes cênicas ou ligados a esta área.