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Inteligência artificial na arquitetura: desafios e oportunidades para o futuro

Seu d’iGuzzini Illuminazione a Sant Cugat del Vallès. MiAS Arquitectes © Adrià Goula
Inteligência artificial na arquitetura: desafios e oportunidades para o futuro
Marc Riera barcelona - 13/04/25

Nesta época de transformação acelerada, a inteligência artificial (IA) se tornou uma tecnologia essencial com profundo impacto em diversas disciplinas, incluindo a arquitetura. Sua capacidade de otimizar processos e automatizar tarefas despertou o interesse do setor, mas também levantou questões fundamentais sobre a evolução da profissão. Como podemos integrar essas ferramentas sem perder a essência criativa, técnica e cultural que caracteriza a arquitetura?

Um dos desafios mais significativos é abordar as implicações da digitalização no mercado de trabalho. Sistemas de IA capazes de gerar planos, renderizações e relatórios automaticamente representam o risco de modificar profundamente as funções tradicionais dentro de equipes profissionais. Isso nos convida a refletir: as máquinas podem substituir a intuição e a criatividade humanas ou são um complemento que enriquece a obra arquitetônica? De acordo com Tetiana Klymchuk, diretora de IA da Sabentis, "as empresas precisam de mais treinamento em IA porque ela pode facilitar suas vidas cotidianas, mas muitas não estão prontas para entendê-la, especialmente na preparação de dados". O comentário destaca a necessidade de adaptação do setor arquitetônico ao uso deste recurso, mas sempre garantindo que os valores essenciais que definem a profissão sejam mantidos.

Além disso, o debate sobre propriedade intelectual está se tornando cada vez mais importante. Ferramentas generativas podem produzir designs inovadores, mas quem as possui? O questionador nos obriga a repensar os marcos legais e éticos que regulam a criação arquitetônica. E, embora a arquitetura mantenha um forte componente analógico, essa realidade também oferece uma oportunidade única de explorar uma coexistência enriquecedora entre tecnologia e criatividade humana. A IA não pretende substituir o arquiteto, mas sim libertá-lo de tarefas repetitivas para que ele possa se concentrar em sua dimensão mais conceitual e inovadora.

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As questões apresentadas foram centrais nas conferências organizadas pelo Colégio de Arquitetos da Catalunha. A primeira edição, realizada no ano passado, estabeleceu um espaço para analisar os desafios e possibilidades que a IA apresenta no campo da arquitetura. Este ano, o segundo ciclo aprofundou-se nas implicações práticas, culturais e éticas de sua implementação, consolidando-se como um fórum essencial para abordar o futuro do setor. Os encontros permitiram que os profissionais refletissem juntos e compartilhassem ideias sobre como incorporar a IA de forma responsável, preservando os valores humanos que definem a disciplina. Como salientou um especialista em IA, “as tecnologias devem ser colocadas ao serviço das pessoas, contribuindo para melhorar a sua qualidade de vida e prevenindo a sua utilização indevida através da educação e da regulamentação”. Essa abordagem ressalta a necessidade de uma abordagem responsável que coloque as pessoas no centro da transformação digital.

Afinal, arquitetura é uma disciplina que combina arte e ciência, funcionalidade e emoção. Lembrando Vitrúvio com sua firmitas, utilitas, venustas, a dualidade entre solidez, funcionalidade e beleza continua sendo a essência de um bom projeto arquitetônico. A inteligência artificial pode se tornar uma ferramenta poderosa para aprimorar esses valores, desde que seja usada de forma responsável e com uma visão de futuro. É o desafio e, ao mesmo tempo, a oportunidade que está diante de nós.

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