Até 21 de dezembro, o Bairro Gótico de Barcelona acolhe o Drap Art'25, o Festival Internacional de Arte Sustentável, que transforma as ruas e espaços emblemáticos num grande laboratório de criatividade e compromisso ambiental. Durante um mês inteiro, o público poderá descobrir uma vasta gama de exposições, ações culturais e atividades participativas que destacam como a arte pode transformar objetos do quotidiano em criações com uma forte mensagem ecológica. Os artistas participantes trabalham com materiais reciclados, naturais e reutilizados, criando obras que não só surpreendem pela sua estética, como também nos convidam a refletir sobre os nossos hábitos de consumo e a nossa relação com o planeta.
Entre as exposições mais marcantes está In Memoriam. Pioneiros da Arte Sustentável , na Capela de Santa Àgata do Museu de História de Barcelona. Esta exposição, com curadoria de Raquel Medina de Vargas, presta homenagem a três figuras-chave da arte catalã — Daniel Argimon, Amèlia Riera e Josep Guinovart — e mostra como, desde a segunda vanguarda até a década de 1990, as preocupações atuais com a sustentabilidade e a crítica à sociedade de consumo foram antecipadas, destacando a reutilização de objetos encontrados como uma linguagem expressiva e crítica.

Eletrotérmica nº 2 – Amèlia Riera (1978).
Simultaneamente, o Espai El Borsí per al Barri acolhe uma seleção de artistas escolhidos por concurso, com propostas que ligam a criatividade à consciência ambiental. A exposição Arte Mediterrânica Sustentável apresenta obras de 16 artistas da bacia do Mediterrâneo que promovem um mundo mais sustentável através de materiais reciclados, naturais e orgânicos, enquanto L'Impacte Humà , organizada em conjunto com a Fundació Baleària e a Art amb B, explora o diálogo entre cultura e território numa perspetiva sustentável.

Roubando a luz – Amadeu Flix Miguel.
Outro espaço relevante é a Casa de l'Ardiaca, que acolhe interações visuais de Lesley Yendell e Enric Alonso Masana, oferecendo uma experiência sensorial e reflexiva de 28 de novembro a 21 de dezembro.
O Drap Art'25 propõe ainda um circuito cultural que inclui um mercado de reciclagem artística, atividades de consumo responsável, performances e oficinas participativas, transformando o Bairro Gótico num espaço vivo onde a arte e a sustentabilidade se encontram com o público. O festival convida-nos, assim, a redescobrir como a criatividade pode transformar materiais do quotidiano em obras repletas de significado e a repensar o nosso impacto no planeta através da arte.

Pisque & Soma – Manuel Martí Moreno (2023).