O artista madrilenho, reconhecido pela sua constante investigação sobre os limites da pintura e do espaço pictórico, conseguiu cativar o júri com uma proposta que alia experimentação material e reflexão conceptual. O concurso, promovido pela Câmara Municipal de Salou, visa fomentar a investigação no campo das artes visuais e consolidar-se como referência na promoção da criação contemporânea.
Com Yes, but Not , Guillermo Mora reafirma seu interesse em questionar as convenções da linguagem pictórica e abrir novos caminhos no diálogo entre pintura, objeto e espaço. A obra conquistou o primeiro prêmio nesta décima primeira edição do concurso, sendo reconhecida pelo júri “pela sua capacidade de reflexão e pelo uso inovador das linguagens pictóricas contemporâneas”.

O segundo lugar foi para Gordas Jersey Loch, de Svantje Busshof; enquanto o segundo lugar foi para Bosc Negre Fum , de Àlvar Calvet. As menções honrosas foram para Habitant del silenci , de Anna Elisabeth Salova, e Voûte 1. Cerca 1 , de Alain Chardon.
Entre os membros do júri, Ninfa Bisbe, diretora das coleções de arte da Fundação “la Caixa”, destacou “a honra e a responsabilidade de fazer parte deste prêmio, que demonstra, mais uma vez, a vitalidade e a força da pintura”. Bisbe ressaltou que “apesar de muitas vezes ter sido considerada morta, a pintura não desapareceu com a tecnologia ou a inteligência artificial; pelo contrário, permanece viva, vibrante e em constante transformação, como comprovam as obras desta edição”.
O crítico de arte também destacou a qualidade do debate entre os membros do júri e a dificuldade da decisão final, dado “o altíssimo nível das propostas apresentadas”, e celebrou “a riqueza de perspectivas e linguagens que coexistem nesta edição do prêmio”.

Salou como epicentro da arte
A curadora do concurso, Raquel Medina, recordou com emoção as origens do prémio, promovido há um quarto de século pelo então Conselheiro da Cultura, Pere Granados, "quando ainda não tínhamos cabelos brancos", e graças ao entusiasmo do empresário de Salou, José Luis Rubio, e do antigo técnico da Cultura, Josep Maria Guinovart.
Medina explicou que "a pandemia interrompeu uma trajetória de sucesso, mas graças ao título de Capital Cultural de Salou, chegou a hora de retomá-la com mais força do que nunca".

Como ele indicou, este ano houve "um nível de participação muito alto e excepcional, com artistas de várias nacionalidades, o que surpreendeu muito positivamente os membros do júri".
O curador definiu Salou como uma vitrine viva da arte contemporânea, da pluralidade de tendências e da inovação em um meio tão antigo quanto a pintura.