O Palau Martorell acolhe a exposição antológica Umana Natura , do artista italiano Paolo Di Capua, com curadoria de Mario de Candia. Esta exposição, que conta com o apoio do Istituto Italiano di Cultura de Barcelona, poderá ser visitada de 5 de setembro a 16 de novembro na Sala Voltes 1886 do Palau Martorell, oferecendo aos visitantes uma viagem pelo universo criativo do artista italiano.
As esculturas de Paolo Di Capua (Roma, 1957) expressam seu interesse constante em explorar a essência da natureza humana, concebida como uma síntese de contrastes que coexistem na própria estrutura humana. O artista cria um diálogo entre forma, matéria e espaço, mostrando como opostos — fragilidade e força, interior e exterior, abstração e figuração — se encontram e se entrelaçam em suas obras.

Paolo di Capua, Sostegni di Luna e Sole como custodi della Casa, 2021.
A exposição Umana Natura reúne um número notável de obras, principalmente esculturas em madeira, nas quais criações que ocupam espaço se combinam com outras que adotam uma concepção mais contemporânea de baixo-relevo. Esse contraste permite ao visitante vivenciar uma diversidade de registros estéticos e sensoriais, da monumentalidade à mais sutil delicadeza.
Um dos aspectos mais característicos da obra de Di Capua é a sua reflexão sobre a percepção do espaço. Em algumas obras, como " Come fosse casa vostra" , a linha entre escultura e arquitetura é diluída, convidando o público a reconsiderar a relação entre o objeto artístico e o ambiente que o acolhe. Outras peças, como "+ d'1 Luna x Volta" , envolvem a participação ativa do visitante, integrando-o como parte do processo criativo e reforçando a ideia da arte como uma experiência compartilhada.
No geral, a exposição oferece um mergulho profundo no universo poético e filosófico de Paolo Di Capua, onde matéria e espaço se combinam para revelar a complexidade e a riqueza da condição humana. Di Capua apresentou recentemente a exposição Natura Umana no Museu Carlo Bilotti, em Roma.

Paolo di Capua, Diferentes pontos de vista.
Paolo Di Capua (Roma, 1957) é um escultor italiano reconhecido por sua profunda exploração da natureza humana por meio da arte. Sua obra se baseia em uma busca constante pela essência do ser humano, entendida como uma síntese entre harmonia e contrastes, onde fragilidade e força, interior e exterior, abstração e figuração coexistem dentro de uma mesma estrutura.
Como escreve o curador Mario de Candia no catálogo da exposição, Paolo Di Capua cria e transforma a forma levando os equilíbrios ao limite, testando tanto os fundamentos estruturais quanto as qualidades intrínsecas do material. Suas peças conservam uma essência intacta, quase "primordial", entendida no sentido mais nobre do termo, e adotam um caráter icástico, erguendo-se como um manifesto pela arte e pelo ser humano. No entanto, essa forma, raramente ancorada a uma evidência literal do mundo real, parece sempre condicionada por um "mais": uma tensão interna que projeta a obra em direção a um "além", em direção a esse horizonte conceitual que busca representar e sugerir além da própria materialidade.