Amanhã, 25 de abril, às 18h30, o Centro Cultural La Mercè de Girona sediará um dia especial dedicado a repensar os modelos de gestão no campo da arte contemporânea. O evento, intitulado Os rumos dos centros de arte em debate, também será uma oportunidade para demitir Ingrid Guardiola (Girona, 1980) da diretora do Bòlit, Centro de Arte Contemporânea de Girona, cargo que ocupou entre 2021 e 2025.
A sessão contará com a participação de vozes relevantes da cena artística catalã: Elvira Dyangani Ose (diretora do MACBA), Valentín Roma (diretor do La Virreina Centre de la Imatge), Imma Prieto (diretora do Museu Antoni Tàpies) e Joana Hurtado (ex-diretora da Fabra i Coats). Com base em suas experiências, diversos modelos institucionais e formas de entender a liderança cultural serão colocados em diálogo. A conversa abordará questões-chave como condições estruturais, limites do sistema, desafios de sustentabilidade e o modelo cultural que está em disputa hoje.
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O dia também será o último evento público de Ingrid Guardiola no comando do Bòlit. Ensaísta e gestor cultural, Guardiola tem promovido um projeto marcado pelo pensamento crítico, pela transversalidade e por um forte envolvimento com o contexto contemporâneo. Como ele expressou em entrevista recente ao jornal Ara, ele está deixando a gestão "para fugir um pouco da pressão burocrática". No entanto, ele faz uma avaliação positiva: "Realizamos exposições sobre a mulher-monstro, a figura do idiota ou outros aspectos ligados à tecnologia, à ecologia ou às masculinidades. E o fizemos a partir da plasticidade da vida, da diferença radical, criando uma espécie de constelações discursivas de diálogo com todos os artistas, obras e exposições, preocupando-nos em acompanhar e promover a pesquisa, e não tanto em gerar novas obras ou influenciar o mercado de arte contemporânea."
Coincidindo com o encontro, será apresentado Marge de maneuro, ensaio escrito pela própria Guardiola que captura a experiência vivida durante esses quatro anos. O livro se torna uma ferramenta para pensar a partir de dentro das instituições: por que fazemos o que fazemos?, como podemos melhorar?, como garantir a continuidade dos projetos além dos ciclos políticos?
Este dia, portanto, não só conclui uma etapa significativa no Bòlit, mas também abre um espaço para repensar o papel dos centros de arte hoje. Uma oportunidade para repensar tudo e, quem sabe, imaginar novas formas de fazer e estar na cultura.