Exposicions
Eadweard Muybridge: a revolução do movimento
O MUN comemora seu décimo aniversário com uma exposição que explora o impacto do artista na fotografia, no cinema e na ciência.
O Museu Universitário de Navarra (MUN) traz Eadweard Muybridge ao centro do palco com uma exposição que convida o público a mergulhar em sua maneira de entender o movimento e como ele não apenas revolucionou a fotografia, mas também influenciou disciplinas tão diversas quanto o cinema e a ciência. A exposição, inaugurada na última quarta-feira, é a sexagésima exposição do museu, coincidindo com seu décimo aniversário, e apresenta 56 fotografias selecionadas de um álbum de 93 instantâneos. As peças chegaram a Pamplona graças ao empréstimo de Ernesto Fernández Holmann e Marta Regina Fischer , membros do Conselho de Promoção do MUN.
A obra de Eadweard Muybridge (Kingston upon Thames, 1830-1904) marcou um antes e um depois na representação visual do movimento. Sua fama surgiu na década de 1870, quando ele aceitou o desafio de demonstrar se os cavalos, em galope total, levantavam as quatro patas ao mesmo tempo. Ele conseguiu isso organizando 24 câmeras em linha e capturando sequências de imagens que, pela primeira vez, quebraram o movimento de uma forma que o olho humano não poderia perceber. Essa técnica foi uma revolução e lançou as bases para o que, anos depois, se tornaria o cinema.
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Na exposição do MUN, que ficará aberta ao público gratuitamente até o final de agosto, você poderá ver sua emblemática série de animais, de cavalos a camelos, leões, elefantes e águias, além de fotografias de pessoas. Suas imagens foram fundamentais para a ciência, pois permitiram analisar com precisão a locomoção humana e animal, contribuindo para o desenvolvimento de disciplinas como anatomia, biomecânica e até mesmo a criação de próteses. Valentín Vallhonrat , curador da exposição junto com Ignacio Miguéliz , destaca que Muybridge conseguiu "incluir o tempo dentro da fotografia" e explica que, ao usar um zootrópio para exibir as imagens em alta velocidade, gerou-se a ilusão de movimento. Além disso, ele idealizou um sistema para projetar suas sequências fotográficas, plantando assim a semente do cinema.
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Além da fotografia e do cinema, pintores como Rodin , Degas , Duchamp e Bacon se basearam em sua obra para capturar dinamismo em suas obras. Um dos exemplos mais marcantes da exposição é a série de uma mulher descendo uma escada, que na época causou polêmica por mostrar seu corpo nu. Apesar da controvérsia, esta imagem abriu caminho para peças-chave da arte moderna, como Les Demoiselles d'Avignon, de Picasso , ou Nu Descendo uma Escada, de Duchamp .
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