Com um estilo que oscila entre a ficção científica e o alarmismo ecológico, Álvaro Soler-Arpa (Girona, 1974) apresenta Especies Mensajeras na Fundación Biodiversidad de Sevilla. São 33 obras –23 esculturas e 10 desenhos– que confrontam o espectador com uma realidade alternativa, mas não tão distante do mundo atual. Suas criações, feitas com ossos de animais e materiais reciclados, evocam um ecossistema mutante, alterado pelo impacto humano e pelas consequências da poluição. Segundo o artista, esse distanciamento da natureza simboliza a perda da nossa própria espiritualidade, um vazio que nos distancia progressivamente do nosso ambiente natural, e que ele denuncia através de suas esculturas.
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Soler-Arpa brinca com imaginação e inquietação. Seus animais – elefantes com penas, répteis cobertos de pelos, híbridos que desafiam as leis da biologia – são uma metáfora da evolução distorcida pela mão humana. Seu trabalho nos lembra que a natureza sempre encontra uma maneira de se adaptar, mas não sem consequências. A exposição também explora a delicada relação entre o ambiente natural e os poluentes modernos, que colocam em risco a continuidade de muitas espécies em um ecossistema cada vez mais deteriorado.
Com curadoria de Marian Boadas , a exposição pode ser visitada até setembro e faz parte do projeto Estils de Vida, promovido pela fundação, uma iniciativa que busca unir arte e consciência ambiental. Além disso, faz parte de um itinerário expositivo em colaboração com o Cercle de Bellas Arts de Madrid, consolidando assim um espaço de diálogo sobre o futuro do nosso ambiente natural.
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Com mais de duas décadas de experiência, o artista de Girona consolidou sua própria voz no cenário artístico contemporâneo, expondo em espaços como o Cercle de Bellas Arts de Madri ou o Hummer Unter Berlin. Seu trabalho não é apenas uma crítica ao capitalismo excessivo e ao consumismo sem limites, mas também um convite à reflexão: o que estamos fazendo em nosso mundo? Que consequências nossa indiferença terá?