“Esta exposição nos convida a imaginar um mundo inspirado pelo espírito colaborativo do Pan-Africanismo”, explica Elvira Dyangani Ose, curadora de Projecting a Black Planet. The Art and Culture of Pan-Africa , a nova exposição do MACBA que estará em cartaz até 6 de abril de 2026.
Com quase quinhentas peças, esta é a primeira grande exposição internacional a explorar as múltiplas expressões culturais do panafricanismo, desde as suas origens no início do século XX até às suas manifestações contemporâneas. Trata-se de um ambicioso projeto internacional promovido em conjunto com o Art Institute of Chicago e desenvolvido em colaboração com duas instituições de grande prestígio: o Barbican Centre em Londres e o KANAL Centre Pompidou em Bruxelas.

VISTAS DA EXPOSIÇÃO "PROJETANDO UM PLANETA NEGRO. A ARTE E A CULTURA DO PAN-ÁFRICA", 2025. FOTO: MIQUEL COLL.
O esforço conjunto desses centros de referência permitiu a criação de uma exposição de magnitude excepcional, tanto em termos de volume e diversidade das obras quanto de alcance geográfico e conceitual de sua trajetória. Graças a essa colaboração, a exposição poderá viajar e ser apresentada sucessivamente nas quatro instituições participantes, onde permanecerá em cartaz até a primavera de 2027, oferecendo ao público um olhar amplo e rigoroso sobre as expressões culturais do Pan-Africanismo.
A exposição reúne quase uma centena de artistas e intelectuais da África, Europa, América do Norte e América do Sul, com obras e materiais que abrangem mais de um século de criação, desde a década de 1920 — quando o panafricanismo começou a ser amplamente reconhecido — até os dias atuais. A turnê propõe uma viagem através do tempo e de diversas geografias para explorar a riqueza e a complexidade desse movimento global.

O projeto combina criações populares, livros, cartazes, discursos políticos e música com disciplinas artísticas como pintura, fotografia, escultura e vídeo, estabelecendo um diálogo entre linguagens e contextos muito diversos. Uma das características mais marcantes da exposição é o papel central que a documentação adquire: jornais, revistas, brochuras e outros materiais impressos coexistem com as obras de arte e são valorizados como testemunhas essenciais da história e evolução do Pan-Africanismo.
Esta é a primeira grande exposição internacional dedicada à análise das manifestações culturais do Pan-Africanismo desde as suas origens até os dias de hoje. A exposição visa romper com a visão homogênea e reducionista que tradicionalmente tem sido atribuída ao movimento, apresentando-o como ele realmente é: uma força polifônica e diversa, profundamente conectada à história e às culturas do mundo.
